Os juros elevados sempre serão os maiores inimigos dos investimentos no setor produtivo, e para as startups não é diferente. Afinal, quando os juros públicos ultrapassam dois dígitos, qual é o sentido de arriscar capital investindo em startups?
No entanto, basta termos uma redução das taxas de juros para que os investidores comecem a olhar com bons olhos os novos negócios, ou mesmo a expansão e atualização de negócios tradicionais. A economia volta a se mover, pois empreender é assumir riscos, e quem estaria disposto a assumi-los se os juros estiverem altos?
Retomada dos Investimentos em Startups:
Uma pequena redução dos juros já sinaliza a volta dos investimentos nas startups, como se percebeu no último mês de janeiro. Os investimentos dos fundos de venture capital, que adquirem participação em empresas, já ensaiaram uma retomada em relação às startups. Entre os nomes que surgiram, estão a fintech Conta Simples, que oferece cartão de crédito corporativo, e a Daki, especializada em entregas rápidas, levantando US$ 187 milhões.
Comparado a dezembro, o volume cresceu 47%, mas em relação a janeiro de 2023, houve uma queda de 28% no total. Isso é visto numa comparação com um período já fraco, quando os investimentos já haviam caído mais de 50%, segundo um levantamento do Distrito, que mapeia esse setor na América Latina. Para os gestores, o ano de 2024 ainda deve ser desafiador, com dificuldades para as empresas de tecnologia que desejam levantar recursos.
Os anos de 2020 e 2021, com juros muito baixos e a pandemia acelerando os negócios digitais, foram suficientes para registrar recordes de investimentos em startups. Porém, o mercado entrou em rota de correção. Em janeiro de 2021, foram US$ 720 milhões em aportes no Brasil, segundo o Distrito, distribuídos entre quase cem empresas, cerca de três vezes mais do que no mês passado, quando 35 startups captaram recursos.
No período de abundância, apenas para termos uma referência, a Norte Capital chegava a receber 180 startups por mês em busca de recursos. Agora são 40, em média. Tudo isso representa uma transição para tempos melhores, o que certamente deve ocorrer apenas em 2025, quando os juros estiverem abaixo de 9%.
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