A velocidade existente nas relações sociais, econômicas e de produção, fazem da inovação contínua um requisito e não mais um diferencial. Logo a pergunta permanente que deve existir todo dia quando nos levantamos, é: O que eu posso inovar hoje?
Toda inovação, disruptiva ou não é e sempre será o elemento motor das nossas melhorias, se você tem alguma dúvida, verifique apenas as operações logísticas do Uber, veja os diversos serviços que esse negócio disruptivo criou e faça um paralelo com o serviço de táxi, tente registrar em uma linha apenas quais as mudanças que os taxistas fizeram na última década?
Quando a sustentabilidade da as cores das novas mudanças, no momento em que o mundo se depara com desafios ambientais sem precedentes, a inovação se coloca como uma resposta estratégica e fundamental na transição para uma economia a cada dia mais verde.
Novos produtos, materiais ou serviços, são ressignificados, pois é necessário impulsionar transformações nos processos produtivos e nas práticas empresariais, não mais para garantir a sobrevivência humana, mas também para catalisar o crescimento econômico sustentável e mudanças sociais significativas.
Foi no seu trabalho a “seleção natural” que Charles Darwin explicou a origem das espécies vivas que existem na natureza por meio da seguinte lógica: “Se existem variações nas características dos indivíduos de uma espécie; e se, ao longo do tempo, apenas indivíduos com certas características geram crias capazes de gerar novas crias; então, o mundo se encherá de cópias desses indivíduos, e os demais desaparecerão”. Ou, dito de forma genérica: se existem cópias imperfeitas de alguma coisa, e se apenas algumas dessas cópias são selecionadas (de acordo com algum critério, que no caso é a capacidade de gerar crias) apenas as cópias selecionadas deixarão crias. Ou seja, o que permanece é o que é competente em permanecer, e esse “permanecer” não é nada trivial, para que alguma coisa permaneça é preciso que haja uma “inteligência” capaz de separar continuamente sinal de ruído, sobrepujando a entropia, evitando assim que a coisa deteriore. Darwin identificou um processo que, uma vez instanciado, fica irresistível pois dadas certas condições, ele leva automaticamente ao aparecimento de um “algo” que fica estável no ambiente, ou seja, formará um padrão que não se dilui.
Ou seja, as espécies evoluem e isso é um requisito, pois é antes de mais nada uma mudança ao longo do tempo. Apesar de não sabermos de antemão o que será produzido, podemos garantir que alguma coisa será, porque seu padrão ficará estável. O que garante isso é o algoritmo em ação. Darwin estava interessado em espécies vivas, mas o “algo” que ganha estabilidade pode ser o que for: espécies de organismos, tecnologias, ideias, um “meme” qualquer, se o algoritmo estiver em ação, a evolução terá de ocorrer, como conclui Clemente da Nóbrega em sua obra sobre a transformação digital.
Nesse momento o algoritmo se alimenta de praticamente tudo o que é teclado, todo dia, toda hora, todo segundo, no mundo todo, e com mais sensores ligando (microfones, câmeras) outras informações e padrões que são captados por eles. É por isso, que considerando essa taxa de aprendizado, caminhamos para um ultrapassar sob a nossa inteligência. Assim, humanos versus as I.A’s, promete ser uma batalha futura com placar já previamente definido.
Com a digitalização de todas as informações, quase tudo que conhecemos está datado pelo processamento de dados (sem trocadilho) filtrados do caos e confusão por algoritmos e transformados em informação por meio da interação com nossas inferiores inteligências de humanos), principalmente gerados na Internet em todo tipo de interação, onde cada click, cada link aberto, cada email, cada busca, cada post no Facebook, cada foto, cada “curtida” alimenta esse banco.
O algoritmo assim evolui e vai embutindo informação nova (inteligência) a cada ciclo, e vai se transmutando sem intervenção de ninguém por meio de uma reprogramação contínua que ele faz em si mesmo. É a maneira pela qual um cérebro aprende, programada em um algoritmo. O algoritmo aprende. E o que tem a evolução do algoritmo com o meu negócio? Absolutamente tudo, pois são eles que influenciam nas escolhas de aquisição de um produto ou serviço, na lógica perversa da economia da atenção/desatenção.
Assim, seguindo muitas informações, as Inteligências artificiais estarão presentes em 100% das atividades hoje existentes, sejam sozinhas no formato de robôs ou integradas às soluções já existentes.
Pois lendo assim o conceito do funil de Danny Hillis Danny Hillis, um cientista e inventor contemporâneo, que diz o seguinte: “Num certo momento, pode haver dezenas de milhares de pessoas pensando na possibilidade de uma certa invenção, mas menos de uma em 10 delas vão conseguir imaginar COMO aquilo poderia ser feito. Das que conseguem imaginar como fazer, só um décimo chegará a pensar nos detalhes práticos de soluções específicas. Dessas, apenas um décimo conseguirá fazer um protótipo que funcionará por tempo suficiente. E finalmente, só um dos vários milhares de pessoas que tiveram a ideia conseguirão fazê-la se tornar vencedora”. Nos estágios conceituais (mais abstratos) toda ideia tem muitos pais, mas a cada estágio o número de pais possíveis diminui. Pense em coisas que estão em intensa experimentação hoje, plataformas de ensino à distância, o carro sem motorista, energias solar e eólica, pilhas a hidrogênio.
O “funil” a que Danny Hillis se refere é que levará um ou outro design a se concretizar e dominar os demais, pois se você quer uma empresa inovadora, não coloque tanto peso nas chamadas “pessoas especiais” e trate de cuidar dos processos certos.
No Brasil, a corrida tecnológica verde tem potencial para reformular o cenário econômico e geopolítico. O País, com suas ricas reservas de biodiversidade, recursos naturais e sua matriz energética mais limpa que a média mundial, destaca-se por seu potencial em ecoinovação, especialmente em setores como energia, insumos, florestas nativas e plantadas, bioinsumos e recursos como água, vento e radiação solar.
Desde o início do século XX, o tema inovação tem sido objeto de estudo. Inicialmente começou com Schumpeter e sua teoria do desenvolvimento econômico, no início da revolução industrial, quando diferenciou invenção e inovação: “uma invenção é uma ideia, esboço ou modelo para um novo ou melhorado artefato, produto, processo ou sistema. Uma inovação, no sentido econômico somente é completa quando há uma transação comercial envolvendo uma invenção e assim gerando riqueza” (SCHUMPETER, 1988). Porém, Santos, Fazion e Meroe (2011) escrevem que, “historicamente, o modelo capitalista evoluiu voltado para flutuações de oferta e demanda de bens e serviços.” Esses mesmos autores explicam que essa visão baseada nessas flutuações é limitada e não considera mudanças tecnológicas e comportamentais, apesar de gerar oportunidades de negócios. O que evidencia o fato de que as organizações focadas nesta visão possuem uma gestão de curto prazo e estão fechadas à conquista de novos mercados gerados por novas demandas. Como consequência, se fecham ao processo inovador e sua contribuição vital ao crescimento, em outras palavras a inovação focada no curto prazo produz apenas resultados imediatos, mas se estiver deslocada das tendências que movem o mundo, pouco podem fazer pela sobrevivência ado negócio no longo prazo.
A teoria de Schumpeter (1988) mostra que o desenvolvimento econômico surge de mudanças na vida econômica. É um processo espontâneo, descontínuo, de iniciativa própria e que não é imposto por nenhum agente econômico, que acaba criando pré-requisitos para novos desenvolvimentos. Dentro deste contexto, a inovação tecnológica seria a criadora de uma ruptura no sistema econômico, quebrando o seu equilíbrio, e alterando padrões de produção e criando diferenciação para as empresas. Assim sendo, ela desempenharia papel central no desenvolvimento econômico de uma região ou de um país. Ele também associou a intensidade de inovação ao tamanho das empresas, de tal forma a afirmar que a maior intensidade estaria associada às grandes empresas. “Com relação ao processo de inovação, Schumpeter (1988) dividiu-o em três fases: invenção, que consiste na ideia potencialmente aberta para a exploração comercial; a inovação, quando a ideia passa a ser explorada comercialmente; e difusão, quando novos produtos e processos se propagam pelo mercado). Além disso, o autor caracteriza e enfatiza as grandes inovações radicais que envolvem mudanças no sistema econômico, e as inovações incrementais que seriam melhorias das inovações radicais.
Dominar o arcabouço legal para ser mais assertivo no processo de inovação do negócio é fundamental, no caso brasileiro a Lei da Inovação em 2004 (Lei nº 10.973/ 2004), regulamentada em 2005, a Lei do Bem em 2005 (Lei nº 11.196/ 2005), e o Marco Legal de C, T& I em 2016 (Lei nº 13.243/ 2016), regulamentado em 2018, juntas possibilitaram a inclusão do setor privado na construção dos caminhos da ciência, tecnologia e da inovação no Brasil, que aliados ao processo de financiamento estão fazendo a diferença em meio a necessidade de transformação digital dos negócios.
A PINTEC(pesquisa sobre inovação realizada semestralmente pelo IBGE), 2002, 2005, 2007, 2010, 2013 e 2016) mostra que o principal instrumento utilizado pela indústria foi o financiamento para compras de máquinas e equipamentos (14% em média nas quatro primeiras edições). Sendo que esse valor atingiu 26% no triênio de 2009 a 2011. Já, quando analisamos os instrumentos ligados diretamente ao esforço de desenvolvimento tecnológico (P& D), observamos um singelo resultado de 1,4% de uso dos instrumentos de subvenção econômica para projetos de P& D e contratação de pesquisadores, financiamento a projetos de inovação em parceria com universidades e centros de pesquisa, e de uso do benefício fiscal à inovação. O que por si só já demonstra a pouca compreensão do universo empresarial sobre a importância da pesquisa. Tente imaginar a Apple ou a IBM sem pesquisa? Imagine os maiores laboratórios do mundo sem pesquisa?
De forma equivocada o tratamento tributário dado a pesquisa no Brasil, fica restrita às empresas que apuram sobre o lucro real, ao contrário da maioria das empresas brasileiras que apuram sobre lucro presumido ou pelo simples, logo qual o sentido de não se estimular a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico para as empresas médias e pequenas?
A formação do ativo intangível nas empresas passa pelo investimento intensivo em desenvolvimento e pesquisa, sem isso não teremos jamais uma bigtec brasileira além de estarmos condenados eternamente a sermos apenas exportadores de commodities.
Você sabe quanto vale os ativos intangíveis do seu negócio, desde 2002 a nossa consultoria realiza o levantamento e a avaliação dos ativos intangíveis do seu negócio.